Os casos de Meningite voltaram: saiba mais sobre a doença, como se prevenir e proteger seus filhos

Pelo jornalista Fábio Busian (MTB 81800)

A baixa cobertura vacinal tem aumentado o risco de reincidência de diversas doenças nos últimos anos, e a meningite meningocócica, causada por bactérias, é uma delas. Esta doença é evitável por meio da vacinação disponível na rede municipal pública de saúde.

As doses são indicadas para crianças e adolescentes e trabalhadores da saúde com até 64 anos de idade. Veja a seguir mais informações sobre a meningite, suas causas e a vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O que é a meningite?

Meningite é uma inflamação das meninges, que são membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A doença pode ser causada por vírus (meningite viral), bactéria (meningite bacteriana), fungos (meningite fúngica) e parasitas.

Quais os sintomas da doença?

Os sinais e sintomas de meningite variam conforme a idade.

Nos bebês, os sintomas e sinais mais frequentes são:

  •             febre, mãos e pés frios (dificuldade de circulação);
  •             baixa atividade (criança “largadinha”) ou irritabilidade, choro intenso e inquietação;
  •             rigidez de nuca (dificuldade para flexionar a cabeça);
  •             recusa alimentar – não aceita nada do que é oferecido;
  •             gemência e sonolência, com dificuldade para despertar;
  •             manchas vermelhas na pele;
  •             convulsões;
  •             fontanela abaulada (moleira abaulada);
  •             vômito, diarreia.

Nas crianças maiores, adolescentes e adultos, os principais sintomas são:

  •             febre alta;
  •             dor de cabeça;
  •             vômitos, muitas vezes em jato;
  •             rigidez de nuca (dificuldade para flexionar a cabeça);
  •             sonolência;
  •             convulsões;
  •             dor nas articulações;
  •             aversão à luz.

Quais são os principais tipos de meningite?

A meningite viral é uma doença causada por vários tipos de vírus como, por exemplo, os enterovírus. É a meningite que ocorre mais frequentemente, e em geral evolui bem. Pode ser transmitida pelo contato com a saliva e a secreção respiratória ou por meio da água e alimentos contaminados. Um surto de meningite viral pode ser definido como a ocorrência de dois ou mais casos suspeitos de meningite em um mesmo local (escola, creche, acampamento, alojamento etc.), em um intervalo de até três semanas.

Já a meningite bacteriana é uma doença grave, que pode ser causada por várias bactérias, entre elas, o meningococo (Neisseria meningitidis), o pneumococo (Streptococcus pneumoniae), o Haemophilus influenzae, entre outras. As bactérias são transmitidas pela tosse ou espirro do paciente, por meio de secreções eliminadas pelo trato respiratório (nariz e boca). Para que essa transmissão ocorra, há necessidade de contato direto, íntimo e frequente com a pessoa doente (troca de secreção).

Como é a vacinação contra a meningite bacteriana? 

O Calendário Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde (MS) indica a vacinação de bebês e adolescentes contra a meningite, cobrindo vários tipos de bactérias causadoras da doença. 

  • Crianças a partir de 2 meses recebem duas doses, sendo a primeira aplicada aos 3 meses de idade e a segunda, aos 5 meses. Também são indicadas 3 doses de reforço, sendo uma entre 12 e 15 meses, outra entre 5 e 6 anos e mais um entre 11 e 12 anos de idade.
  • Crianças e adolescentes de 10 a 19 anos, caso não tenham recebido a vacina na infância, são recomendadas 2 doses com um intervalo de 5 anos. Caso tenham tomado pelo menos uma dose antes dos 10 anos, é recomendado uma dose de reforço aos 11 anos ou com um intervalo de pelo menos 5 anos após a última dose.
  • Adultos entre 20 e 59 anos, apenas uma dose é recomendada e a sua indicação depende da situação epidemiológica.

Entenda mais sobre a meningite neste vídeo