O que é coqueluche?

A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, transmissível e de distribuição universal. É provocada pelo bacilo Bordetella pertussis e compromete especificamente o aparelho respiratório da pessoa, o que inclui traqueia e brônquios. A principal característica é a tosse seca.

O ser humano é o único reservatório natural do bacilo causador da coqueluche. Apesar de ainda não ter sido constatada a existência de portadores crônicos da doença, podem ocorrer casos sem sintomas e/ou com pouca importância na disseminação da infecção.

IMPORTANTE: Em crianças de até dois anos pode apresentar complicações e inclusive levar à morte.

Quais são os fatores de risco para coqueluche?

Os principais fatores de risco para coqueluche têm relação direta com a vacinação, que é também a principal forma de prevenção.

  • Pode ser que o adulto, mesmo tendo sido vacinado quando bebê, fique suscetível novamente à doença porque a vacina pode perder o efeito com o passar do tempo.
  • As crianças só ficam totalmente imunes à doença quando tomam as três doses necessárias da vacina. Nesses casos, a infecção pode aparecer no intervalo entre uma vacina e outra.

Como a coqueluche é transmitida?

A transmissão da coqueluche ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa suscetível, por meio de gotículas de secreção eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar.

Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes. Isso é pouco frequente, porque é difícil o agente causador da doença sobreviver fora do corpo humano, mas não é impossível.

O período de incubação do bacilo, ou seja, o tempo que os sintomas começam a aparecer desde o momento da infecção, é de, em média, 5 a 10 dias podendo variar de 4 a 21 dias e, raramente, até 42 dias. A maior transmissibilidade da doença ocorre na fase catarral.

Quais são os sintomas da coqueluche?

Os sintomas da coqueluche podem se manifestar em três níveis. No primeiro nível, o mais leve, os sintomas são parecidos com o de um resfriado.

  • Espirros e corrimento nasal.
  • Tosse.
  • Olhos lacrimejando.
  • Em alguns casos, febre baixa.
IMPORTANTE: Esses sintomas iniciais podem durar até semanas, época em que a pessoa também está mais suscetívela transmitir a doença.

No estágio intermediário da coqueluche, os sintomas de resfriado tendem a aparecer, mas a tosse seca piora e outros sinais aparecem.

  • Tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada.
  • A tosse pode ser tão intensa que pode comprometer a respiração.
  • Ao puxar o ar, pode haver o sinal de um grito agudo.
  • A crise de tosse pode provocar vômito ou cansaço extremo.
IMPORTANTE: Nessa fase, os sintomas são mais severos e, dependendo do tratamento, podem durar até um mês.

É normal que adultos e adolescentes tenham sintomas mais leves da coqueluche em relação às crianças mais novas. A gravidade da doença também está diretamente relacionada ao clima e ao tempo em que a pessoa foi imunizada com a vacina.

Geralmente, os sinais e sintomas da coqueluche duram entre seis a 10 semanas, podendo durar ou menos tempo, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso.

Como é feito o diagnóstico da coqueluche?

O diagnóstico da coqueluche em estágios iniciais é difícil, uma vez que os sintomas podem parecer com resfriado ou até mesmo outras doenças respiratórias.

A tosse seca é um forte indicativo da coqueluche, mas para confirmar o diagnóstico o médico pode pedir os seguintes exames:

  • Espirometria.
  • Exames de sorologia (sangue).
  • Raio-X do tórax.

O exame de sangue apontará com certeza a presença ou não do bacilo causador da coqueluche.

Diagnóstico diferencial

Deve ser feito com as infecções respiratórias agudas, como traqueobronquites, bronquiolites, adenoviroses, laringites, entre outras. Outros agentes também podem causar a síndrome coqueluchóide, dificultando o diagnóstico diferencial, entre os quais Bordetella  parapertussis, Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia trachomatis, Chlamydia pneumoniae e Adenovírus (1, 2, 3 e 5). Bordetella bronchiseptica e a Bordetella avium são patógenos de animais que raramente acometem o homem (exceto quanto imunodeprimidos).

Diagnóstico laboratorial

Realizado mediante o isolamento da B. pertussis pela cultura de material colhido de nasorofaringe, com técnica adequada ou pela técnica de reação em cadeia de polimerase (PCR) em tempo real. A coleta do espécime clínico deve ser realizada antes do início da antibioticoterapia ou, no máximo, até 03 dias após seu início.

Como é feito o tratamento da coqueluche?

O tratamento da coqueluche é feito basicamente com antibióticos, que devem ser prescrito por um médico especialista, conforme cada caso. É importante procurar uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e tratamento adequados, assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas.

As crianças, quando diagnosticadas com coqueluche, frequentemente ficam hospitalizadas (internadas), tendo em vista que os sintomas nelas são mais severos e podem provocar a morte.

Quais complicações a coqueluche pode provocar?

A maioria das pessoas conseguem se recuperar da coqueluche sem sequelas e maiores complicações. No entanto, nas formas mais graves podem ocorrer alguns quadros mais severos, como:

  • Costelas machucadas ou rachadas.
  • Hérnias abdominais.
  • Vasos sanguíneos da pele ou olhos estourados.

Em crianças, especialmente as menores de dois anos, as complicações são mais graves e podem incluir, por exemplo:

  • Infecções de ouvido.
  • Pneumonia.
  • Parada respiratória.
  • Desidratação.
  • Convulsão.
  • Lesão cerebral.
  • Morte.

Como prevenir a coqueluche?

A vacinação é o principal meio de prevenção da coqueluche. Crianças de até 6 anos, 11 meses e 29 dias devem ser vacinadas contra a coqueluche. O Sistema Único de Saúde (SUS) também oferta vacina específica para gestantes e profissionais de saúde que atuam em maternidades e em unidades de internação neonatal, atendendo recém-nascidos e crianças menores de um ano de idade.

A coqueluche é uma doença endêmica, com epidemias surgindo ciclicamente a intervalos de três a cinco anos. A suscetibilidade à doença é geral.

O indivíduo torna-se imune em duas situações:

  • ao adquirir a doença (a imunidade duradoura, mas não é permanente);
  • pela vacina, mínimo de 3 doses com a pentavalente (DTP+Hib+Hepatite B) um reforço aos 15 meses de idade, e um segundo reforço aos 4 anos de idade com a tríplice bacteriana (DTP).

Gestantes devem fazer uma dose da vacina do tipo adulto (dTpa) a partir da 20ª semana a cada gestação. A imunidade não é permanente, após 5 a 10 anos, em média, da última dose da vacina, a proteção pode ser pouca ou inexistente.

Fonte: Ministério da Saúde